sábado, 26 de dezembro de 2009

DIVISIONISMO

Pontilhismo (também designado por divisionismo), é uma técnica de pintura, saída do movimento impressionista, em que pequenas manchas ou pontos de cor provocam, pela justaposição, uma mistura óptica nos olhos do observador (imagem).
Esta técnica baseia-se na lei das cores complementares, avanço científico impulsionado no século XIX, pelo químico Michel Chevreul. Trata-se de uma consequência extrema dos supostos ensinamentos dos impressionistas, segundo os quais as cores deviam ser justapostas e não entre mescladas, deixando à retina a tarefa de reconstruir o tom desejado pelo pintor, combinando as diversas impressões registradas.
A técnica de utilização de ponto coloridos justapostos também pode ser considerada o culminar do desprezo dos impressionistas pela linha, uma vez que esta é somente uma abstração do Homem para representar a natureza.
O circo (obra inacabada)-1891Georges Seurat (1859-1891), é aquele que se pode considerar o iniciador desta corrente artística. O seu grande contributo inovador consistiu na decomposição prismática da cor e na mistura óptica que ela provoca, deixando para segundo plano a representação do instante luminoso que tanto havia apaixonado os impressionistas. Suas obras podem ser consideradas o ponto máximo atingido pelo pontilhismo, tal como Tarde de Domingo na Ilha de Grande Jatte e a obra-prima inacabada O Circo.

PONTILHISMO

Gerges Seurat "O Circo"
Pontilhismo (também designado por divisionismo), é uma técnica de pintura, saída do movimento impressionista, em que pequenas manchas ou pontos de cor provocam, pela justaposição, uma mistura óptica nos olhos do observador (imagem).
Esta técnica baseia-se na lei das cores complementares, avanço científico impulsionado no século XIX, pelo químico Michel Chevreul. Trata-se de uma consequência extrema dos supostos ensinamentos dos impressionistas, segundo os quais as cores deviam ser justapostas e não entre mescladas, deixando à retina a tarefa de reconstruir o tom desejado pelo pintor, combinando as diversas impressões registradas.
A técnica de utilização de ponto coloridos justapostos também pode ser considerada o culminar do desprezo dos impressionistas pela linha, uma vez que esta é somente uma abstração do Homem para representar a natureza.
O circo (obra inacabada)-1891Georges Seurat (1859-1891), é aquele que se pode considerar o iniciador desta corrente artística. O seu grande contributo inovador consistiu na decomposição prismática da cor e na mistura óptica que ela provoca, deixando para segundo plano a representação do instante luminoso que tanto havia apaixonado os impressionistas. Suas obras podem ser consideradas o ponto máximo atingido pelo pontilhismo, tal como Tarde de Domingo na Ilha de Grande Jatte e a obra-prima inacabada O Circo.

PÓS-IMPRESSIONISMO

Como o nome indica, o pós-impressionismo foi a expressão artística utilizada para definir a pintura e, posteriormente, a escultura no final do impressionismo, por volta de 1885, marcando também o início do cubismo, já no início do século XX. O pós-impressionismo designa-se por um grupo de artistas e de movimentos diversos onde se seguiram as suas tendências para encontrar novos caminhos para a pintura. Estes, acentuaram a pintura nos seus valores específicos – a cor e bidimensionalidade.
A maioria de seus artistas iniciou-se como impressionista, partindo daí para diversas tendências distintas. Chamavam-se genericamente pós-impressionistas os artistas que não mais representavam fielmente os preceitos originais do impressionismo, ainda que não tenham se afastado muito dele ou estejam agrupados formalmente em novos grupos. Sentindo-se limitados e insatisfeitos pelo estilo impressionista, alguns jovens artistas queriam ir mais além, ultrapassar a Revolução de Manet. Aí se encontra a gênese do novo movimento, que não buscava destrir os valores do grande mestre, e sim aprimorá-los. Insurge-se contra o impressionismo devido à sua superficialidade ilusionista da análise à realidade.
Movimentos impressionistas como o Pontilhismo ou o Divisionismo nunca são chamados pós-impressionistas mas sim de neo-impressionistas.

IMPRESSIONISMO

Impressionismo foi um movimento artístico que surgiu na pintura européia do século XIX. O nome do movimento é derivado da obra Impressão, nascer do sol (1872), de Claude Monet.
Os autores impressionistas não mais se preocupavam com os preceitos do Realismo ou da academia. A busca pelos elementos fundamentais de cada arte levou os pintores impressionistas a pesquisar a produção pictórica não mais interessados em temáticas nobres ou no retrato fiel da realidade, mas em ver o quadro como obra em si mesma. A luz e o movimento utilizando pinceladas soltas tornam-se o principal elemento da pintura, sendo que geralmente as telas eram pintadas ao ar livre para que o pintor pudesse capturar melhor as variações de cores da natureza.
A emergente arte visual do impressionismo foi logo seguida por movimentos análogos em outros meios quais ficaram conhecidos como, música impressionista e literatura impressionista.

EXPRESSIONISMO

O expressionismo foi um movimento cultural de vanguarda surgido na Alemanha nos primórdios do século XX, que estavam mais interessados na interiorização da criação artística do que em sua exteriorização, projetando na obra de arte uma reflexão individual e subjetiva.
O expressionismo plasmou-se num grande número de campos: artes plásticas, literatura, música, cinema, teatro, dança, fotografia, etc. A sua primeira manifestação foi no terreno da pintura, ao mesmo tempo que o fauvismo francês, fato que tornaria ambos movimentos artísticos nos primeiros expoentes das chamadas "vanguardas históricas". Mais que um estilo com características próprias comuns foi um movimento heterogêneo, uma atitude e uma forma de entender a arte que aglutinou diversos artistas de tendências diversas e diferente formação e nível intelectual. Surgido como reação ao impressionismo, frente ao naturalismo e o caráter positivista deste movimento de finais do século XIX os expressionistas defendiam uma arte mais pessoal e intuitiva, onde predominasse a visão interior do artista –a "expressão"– frente à plasmação da realidade –a "impressão"–.
O expressionismo acostuma ser entendido como a deformação da realidade para expressar mais subjetivamente a natureza e o ser humano, dando primazia à expressão dos sentimentos mais que à descrição objetiva da realidade. Entendido desta forma, o expressionismo é extrapolável a qualquer época e espaço geográfico. Assim, com frequência qualificou-se de expressionista a obra de diversos autores como Matthias Grünewald, Pieter Brueghel, o Velho, El Greco ou Francisco de Goya. Alguns historiadores, para o distinguir, escrevem "expressionismo" –em minúsculas– como termo genérico e "Expressionismo" –em maiúsculas– para o movimento alemão.
O Expressionismo distingue-se do Realismo por não estar interessado na idealização da realidade, mas em sua apreensão pelo sujeito. Guarda, porém, com o movimento realista, semelhanças, como uma certa visão anti-"Romantismo" do mundo.
Com as suas cores violentas e a sua temática de solidão e de miséria, o expressionismo refletiu a amargura que invadia os círculos artísticos e intelectuais da Alemanha pré-bélica, bem como da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e do período entre-guerras (1918-1939). Essa amargura provocou um desejo veemente de cambiar a vida, de buscar novas dimensões à imaginação e de renovar as linguagens artísticas. O expressionismo defendia a liberdade individual, a primazia da expressão subjetiva, o irracionalismo, o arrebatamento e os temas proibidos –o excitante, demoníaco, sexual, fantástico ou pervertido–. Intentou refletir uma visão subjetiva, uma deformação emocional da realidade, através do caráter expressivo dos meios plásticos, que tomaram uma significação metafísica, abrindo os sentidos ao mundo interior. Entendido como uma genuína expressão da alma alemã, o seu caráter existencialista, o seu anseio metafísico e a visão trágica do ser humano no mundo fizeram reflexo de uma concepção existencial liberta ao mundo do espírito e à preocupação pela vida e pela morte, concepção que acostuma qualificar-se de "nórdica" por se associar ao temperamento que é identificado com o estereótipo dos países do norte da Europa. Fiel reflexo das circunstâncias históricas em que se desenvolveu, o expressionismo revelou o lado pessimista da vida, a angustia existencial do indivíduo, que na sociedade moderna, industrializada, vê-se alienado, isolado. Assim, mediante a distorção da realidade visavam a impactar o espectador, chegar ao seu lado mais emotivo.
O expressionismo não foi um movimento homogêneo, mas de uma grande diversidade estilística: houve um expressionismo modernista (Munch), fauvista (Rouault), cubista e futurista (Die Brücke), surrealista (Klee), abstrato (Kandinsky), etc. Embora o seu maior centro de difusão fosse na Alemanha, também foi percebido em outros artistas europeus (Modigliani, Chagall, Soutine, Permeke) e americanos (Orozco, Rivera, Siqueiros, Portinari). Na Alemanha organizou-se nomeadamente em torno de dois grupos: Die Brücke (fundado em 1905), e Der Blaue Reiter (fundado em 1911), embora houvesse artistas não adscritos a nenhum grupo. Depois da Primeira Guerra Mundial apareceu a chamada Nova Objetividade que, se bem que surgiu como recusa do individualismo expressionista defendendo um caráter mais social da arte, a sua distorção formal e o seu colorido intenso tornam-nos herdeiros diretos da primeira geração expressionista.

JOSÉ GONZÁLEZ COLLADO

José María González Collado nasceu no Ferrol em 27 de Mayo de 1926.Estuda até aos 10 anos como aluno de Manuel Masdías. Aos 12 anos ingressa na Escola de Artes e Ofícios de Ferrol de onde saíram Bello Piñeiro, Imeldo corral, Carmelo González, Martínez Vilela, e outros vultos grandes das artes plásticas. Em 1942 conhece o pintor já consagrado Felipe Bello Piñeiro, que nesse ano foi eleito Académico de Número da Real Academia de Bellas Artes da Corunha. Aos 17 anos recebe seu primeiro prémio na Exposición de Arte, Educación Y Descanso, na Corunha (1943); aos 18 ganha o primeiro prémio na V Exposición de Arte do SEU, na Corunha concedem-lhe uma bolsa de ajuda juvenil com a qual irá estudar para Madrid. En 1944 realiza sua primeira exposição individual no Casino Ferrolano, quando somente contava 18 anos. Em 1945 desloca-se para Madrid para estudar pintura. Entretanto tem de regressar a Ferrol para cumprir o serviço militar. Depois de realizar a instrução, consegue através do escritor Camilo José Cela - que havia conhecido nas tertúlias da capital - que o enviem de novo para Madrid. Viaja pelo norte de Africa, Marrocos e Argélia, onde pinta novos temas e experimenta outras cores. Em 1957 viaja para Paris onde frequenta abundantemente museus e pintores, naquele centro mundial das últimas tendências artísticas desde o século XIX. Em 1959 volta a Madrid, e ali permanece até 1997, ano em que regressa ao Ferrol, onde monta o seu novo Estudio 46. O Ferrol concede-lhe a medalha de ouro da cidade, e é urbanizada uma praça frente a seu atelier que ficará a denominar-se Plaza de José González Collado.

CAMILO CAMAÑO XESTIDO


Camilo Camaño Xestido naceu en Coiro, parroquia do Concello de Cangas do Morrazo (Pontevedra) o tres de xaneiro de 1951, no seo dunha familia de labregos e mariñeiros.
De formación autodidacta.
Apasionado polo tratamento de espacios, arquitectura, deseño e creatividade plástica (pintura, escultura, obra gráfica, ilustración, escenografía) á que consagra a meirande parte da súa vida.
- Director da Casa da Cultura de Cangas,
- Secretario do “Consello Rector do Centro Social Casa da Bola”,
- Membro do “Padroado Municipal do Patrimonio Histórico Artístico e Documental de Cangas”,
- Membro do Consello Local de Saúde,
-Cofundador e membro de diversos colectivos cívico-culturales e artísticos da comarca
-Membro fundador do Colectivo Galaico-Luso Galuart -GRUPO 13- (Colectivo Internacional de Artistas Plásticos e Visuais)
-Membro do Grupo de Arte Grupo Tres
-Membro do Grupo de Arte Galego-Arxentino Raíces
-Miembro de Honra de "Le Cercle des Artistes Peintres et Esculpteurs du Quèbec"
-Membro do "Círculo de Amigos da Arte".
-Membro da Asociación Galega de Artistas Plásticos e Visuais (AGAV)
-Fundador e Gran Mestre da “Serenisima Orde dos Cabaleiros da Pedra Moura”
-Xurado e comisario de exposicións e certames nacionais e internacionais.
- Institúe en 1989 o “Premio ó Labor Cultural e Investigación Luces na Mangallona", evento que se celebra na Casa Museo A Mangallona cada noite de San Xoan, no que se distingue a persoas, entidades ou colectivos, polasúa laboura en beneficio da cultura.
EXPOSICIÓNS
1990. Sala de arte de Caixavigo. Vigo
1992. Galería Altamira (Pontevedra)
Sala Provincial de Arte Caixa Pontevedra
1993. Retrospectiva organizada pola Exma. Deputación de Pontevedra no Castelo de Soutomaior “Camaño Xestido. Vintecinco anos de Pintura, Paixón e Escultura”
1994. Palacio de Congresos e Exposicións. Fundac. Semana Verde. Berlin (Alemaña)
- Galería 23 y 12, e salas de Arte do Centro Provincial das Belas Artes e Deseño da cidade de La Habana (Cuba).
1996. Instituto Cervantes. Lisboa (Portugal)
Casa de Iberoamérica. Holguín (Cuba)
1997. Cámara de Río de Janeiro (Brasil)
Palacio Pedro Ernesto (Brasil)
1998. “La Tentation”, Casa de Galicia. Bruxelas (Bélxica).
1999. Abadia de Santiaguiño o Peregrino. Pontevedra
Palace Galería. Viseu (Portugal)
2000. Galería Atelier Alambique. Río Vide (Portugal)
Galería A Outra Margem. Coimbra (Portugal)
Casa Galega da Cultura. Vigo
Castelo de Soutomaior. Soutomaior (Pontevedra)
Góisarte 2000. Góis (Portugal).
Paços do Concelho. Montemor o Vello. Montemor, Potugal.
Barlovento/Sotavento. Exposiciòn Galicia-Cuba. Sala Angel Botello. Cangas.
"Catorce pinceis"-Mostra Internacional. Galería Hera. Porriño
"Raices" Exposición Galicia-Arxentina. Galería Amalia Domínguez Búa. Bueu.
Teatro Molière, Lyon (Francia)
Universidade de Aveiro. Fundaçào Joào de Magalhàes (Portugal)
2001. Museo de Sintra (Portugal)
Galería de Arte Dorian. Vigo.
Muestra de Arte Sacra. Casa da Bola. Cangas (Pontevedra)
"Carballart 01- 5 propuestas plásticas para o Orcellón". Carballiño (Ourense)
Góisarte 2001. Góis (Portugal)
Encuentro-obradoiro / Galuart. Le Circle des Artistes de Québec. Mus. A Mangallona.
"5 propostas plásticas". Homenaje al Maestro José Delarra. Dominguez Búa. Bueu.
Salon Internationale d'Automne à Montréal (Canada)
"16 Propostas Plásticas Galegas". Homenaje a Oliveira. Galería Hera. Porriño.
2002.- "Arquitecturas" Alliance Française de Vigo (50 aniversario da fundación)
OBRA EN:
Ministerio de Cultura de Cuba
Dirección General das B.B.A.A. Luz y Oficios. La Habana (Cuba)
Dirección Provincial de Cultura. La Habana (Cuba)
Taller Nacional de Grabado. La Habana (Cuba)
Casa de Iberoamérica. Holguín (Cuba)
Palacio Pedro Ernesto. Cámara de Río de Janeiro (Brasil)
Casa de Galicia e Fundación Galicia-Europa, Bruxelas.
Col. Dr. Esteva-Anderson D.M. Houston, E.E.U.U.
Col. Ecobès- Institut de Recherche Scientifique de Estrasburgo.
Bialkovski, Bucarest (Rumanía)
Kammerer , Zurich (Suiza)
Fondo para o Museo de O Barco, Galicia.
Centro Jovellanos, Asturias
Centros europeos do Proxecto Comenius:
Instituto Colombini de Piazenza, Italia
Lycée Hector Guimard, Lyon, Francia.
Wilshemshaven , Alemania.
Vantaa, Finlandia.
Leça de Palmeira, Portugal. Etc,...
Colección J Fierro Washington.
Bialkovski, Bucarest, Rumanía.
Kammerer , Zurich, Suiza.
Colección Rosario Alvarez de Sotomayor, Casa-Museo de Sotomayor-Madrid.
Museo "A Solaina de Piloño", Galicia.
Concello de Corcubión, Galicia.
Concello de Láncara-San Xulián, Galicia.
Concello de Cangas do Morrazo, Galicia.
Concello de Porto do Son, Galicia.
Facultade de Medicina da Universidade de Oporto (Portugal)
Consulado General de España en Montréal (Canada)
Le Circle des Artistes Peintres et Sculteurs du Québec (Canada).
Consorcio Zona Franca Vigo
Casa Museo de Camaño Xestido "A Mangallona", Galicia.
PREMIOS
1994. Medalla conmemorativa "La Flora de Marianao" á laboura artístico-cultural, Cuba
1997. Premio Ilustrísimo Concello de Cangas á Recuperación do Patrimonio Histórico, Artístico e Documental no seu conxunto, Letras Galegas.
2000. Premio diseño FECIMO
Distinción da cámara municipal de Rio de Xaneiro polo seu labor artístico-cultural, e función social.
2001. Inserción nos Anais da Casa de Leis de Moçao.
2001. Distinción da Assembléia Legislativa do Estado de Rio de Xaneiro (Brasil) pola interncionalidade e expresión da súa obra plástica, artísitca e social. Moçao publicada no Diario Oficial do Estado de Rio de Xaneiro
2001. Mèdalle d´Or no "Salón Internacional d´Automne de Montrèal". 18 ème Grant Concourse Annuel Canada.
2001. Trophèe Ville de Montreal.
BIBLIOGRAFÍA
Gran Enciclopedia Galega (Camaño Xestido, Camilo. Tomo 33. pax. 174).
Encontros (A Golada). Cat. Consellería de Cultura. Xunta de Galicia. 1991.
"Camaño Xestido: 25 anos de pintura, paixón e escultura" Deputación de Pontevedra 1993.
"Camaño Xestido: Serie negra afro-americana". Deputación de Pontevedra 1995.
"Raices" Col. Galaico-Arxentina. Cat.Deputación, Xunta, Concello de Bueu
"Galuart-Grupo 13". Cat. Deputación de Pontevedra 2000.
Galuart. Cat. Fundaçao Joao de Magalhaes. Universidade de Aveiro. 2000.
Galuart. Cat. Camara Municipal de Montemor o Velho. 2000.
"5 propostas plásticas para O Orcellón". Concello de Carballiño. 2001.
O trazo aberto. Serv. de Publicacións da Deputación de Pontevedra. 2002.
Livre d'art sur les pensées d'artistes. CAPSQ. Québec. Canadá. 2002
Cangas na Historia. A Cepa. 2003.
Historia Fotográfica de Cangas, século XX. Serv. de Publicacións da Deputación de Pontevedra.
Guías Culturais. Artistas de Galicia (Xunta de Galicia. Consellería de Cultura, comunicación Social e Turismo)
Lembrando a Dalí. Deputación de A Coruña. 2004.
Palabras que hablan. Rafael Mayor.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

ANTÓNIO-LINO


TEMPESTADE NO DOURO
serigrafia

DE ANTÓNIO-LINO ESCREVEU ELE PRÓPRIO:

O CONDICIONALISMO GEOGRÁFICO preparando um tipo de civilização, contribui para as características dum povo, formando quadros geográficos, isto é, meios onde se desenvolvem civilizações, constituindo o seu fundamento na criação de uma geografia humana.



Mas não é apenas este factor geográfico que nos explica inteiramente as coisas; também o factor humano é duma enorme importância. Os rios, as nascentes, os montes facilmente defensáveis de animais selvagens e inimigos, são razões que explicam a formação de aglomerados. Mais tarde os mosteiros e as ordens militares religiosas monacais, foram uma nova razão de criação de povoados: uns formados por motivos naturais, outros pelos próprios homens. Dos primeiros se formaram as citânias de Briteiros e de Sabroso e o castro da colina onde se encontra o Castelo (de São Mamede) em Guimarães; destes na base da Fundação da própria cidade de Guimarães. Assim o homem pré-histórico estava envolvido pelo determinismo geográfico que o domina e que, embora muito atenuado, chegou aos nossos dias. Há, porém, seja o que for de inteiriço, de dominantemente telúrico, que identifica o homem nortenho, tronco onde se desenha, ao mesmo tempo que uma grande energia e uma intensa fé, não sei quê de simplicidade rude, de sonhador laborioso, de misticismo, de resignação na consciência da sua força.

Assim o meio me influenciou. Nascendo e vivendo em Guimarães – cidade onde a Etnografia e a Arqueologia, a História e a arte têm um sentido vivo – onde, na contemplação dos seus monumentos, se sente ainda a vida de culturas e civilizações que se cumpriram e se realizaram, me formei e me levaram a estes caminhos difíceis da Arte. Desde os meus primeiros tempos da memória até ao meu 5º ano dos liceus, a primeira imagem que me aparecia, logo de manhã, era a imponente massa do Castelo, que preenchia A JANELA DO MEU QUARTO. Ela se me fixou para sempre, castelo que desde menino percorria, subindo às torres por escadarias para mim quase ciclópicas e ainda hoje com escalada fora do comum. No seu simbolismo que o acaso fez – o castelo tem a forma de um escudo com sete torres – nele sonhei a sua vida e adivinhando os seus segredos me conheci melhor. Depois foi a descoberta das Citânias, léguas calcorreadas a pé, com um pequeno grupo, dias a descobrir a vida de milénios de vida. O estudo particular do latim para traduzir Estrabão. Plínio, Trajado, que nos falavam dessas civilizações remotas de Guimarães. Foram as nossas aventuras e os nossos livros-de-aventura, da minha juventude. Vivi toda essa gesta e ficou-me o gosto pela arte primitiva medieval e, mais tarde, do primeiro renascimento italiano. Da memória que desses tempos conservo não perfilhei o culto da mentirosa miséria exposta na praça pública e de aleijados organizados em mesteres – os bobos, os palhaços, isso sim! – que ainda existia nas grandes romarias, mas sempre me emocionou a dor escondida e a miséria envergonhada.

TINHA ONZE ANOS quando encontrei, na sua linguagem antiga, estes versos de Tirso de Molina que tomei, desde então, como meu lema: se todo el can que ladra en mi camino me detengo a rimarle con padradas, non llegaré jamais a mi destino. Pouco mais tarde, a aventura modernista, mandando vir do estrangeiro, com que sacrifícios, quantas quotizações, publicações futuristas. E nasceu o primeiro jornal (mais tarde fui director dum semanário na cidade) e um teatro gilvicentino com meus irmãos (éramos sete), na grande loja-da-lenha, com a assistência da família e vizinhos, bilhetes vendidos a preço-de-feira. Uma oficina de entalhador, grande actor de teatro amador, era o nosso local de reunião; e as primeiras gravuras a goiva, com os primeiros golpes. Aos domingos grandes caminhadas, descobrindo as pequeninas igrejas românicas das terras de Guimarães e seu termo, com acompanhamento base da broa e vinho por baixo duma ramada.

O pai, oficial do exército, a mãe professora oficial, com muitos irmãos, depois do sétimo ano de ciências, era difícil continuar um curso superior. Também para as Artes, seu desejo antigo, lhe foi impossível ir. Optou-se, por isso, por um curso rápido: o magistério primário. Professor nas terras de Seide. Camilo: ainda por esse tempo os seus personagens erravam pelas terras de Ruivães, Prazins, São Tiago de Antas, Ninães, Donim, Monte Córdova, onde o pícaro dos seus romances desaparecia, agigantando a sua figura de escritor. Dum pequeno apontamento do amador de então, surgiu, mais tarde, aluno das Belas-Artes do Porto. A CASA ASSOMBRADA:

(Para além da tragédia de Camilo, a tragédia da sua casa. Seu filho, doido. Em noites de vendaval, gemia com o vento vivante, através das vidraças e vagueava a cumprir seu fado pelas encruzilhadas dos caminhos. Ficava a sua acácia, aquela que Camilo plantara quando ele nascera. Quando a acácia do Jorge, ainda outra vez inflore, chamai-me, que de Abril, nas auras voltarei! A acácia secou, e ficou um esqueleto de braços levantados. O filho, em vida, na sua loucura, jurara deitar fogo á casa. Mas, só depois de morto, cumpriu a sua jura. A casa é uma presença horrível.)

Cabe aqui falar da grande amizade que uniu Camilo a Martins Sarmento. Ao seu Solar de Briteiros se acolhia a fugir das perseguições da justiça. Publicaram os dois, para fins humanitários, uma pseudo-história pequena de Portugal, em que cada um escrevia um capítulo, de que só dava a última frase, para o parceiro continuar o capítulo seguinte, para matar as longas noites de inverno.

E FUI, UMA VEZ INDEPENDENTE, vivendo do professorado efectivo na Afurada (na foz-do-Rio-Douro). E aos poucos, continuando a frequentar a Escola de Belas-Artes do Porto. Independência que norteou a minha vida de artista. Na escola a amizade e a riqueza de convívio e conhecimentos de Mestre Dordio Gomes e dos condiscípulos Júlio Resende, Manuel Guimarães, Israel Macedo, Maria e Rosa Moutinho, Amândio Silva…

Professor, ao diante, do Ensino Técnico e da Escola de Arte Aplicada, em Guimarães e Lisboa, de 1942 a 1948. Trabalhei em grandes painéis de mosaico, azulejo e mármore gravado a ouro, nas basílicas de Damasco (Síria) e Nazareth (Israel). É costume dizer-se: ir a Roma e não ver o Papa. Em 1951 parti, a seguir á inauguração duma exposição individual no Museu de Arte Moderna de Madrid, para Roma, convidado para a inauguração da Igreja de Santo Eugénio. Cheguei quando já era impossível entrar no templo. Conversa com o comandante da Guarda Pontifica que só encontra uma solução: entrar pelo exterior da sacristia de que tem a chave. Abre-se a porta, convida-me a entrar rapidamente, fechando-a em seguida. Na minha frente, encontro, de pé, sozinho, a figura imponente, na sua simplicidade, de Sua Santidade o Papa Pio XII. Mais tarde fiz uma série de desenhos, no Vaticano e em Castel Gandolfo, do mesmo Papa. Falar de Itália, de Piero della Francesca, Masaccio, Paolo Uccelo e Signorelli ou Giotto, Carpaccio e Pisanello, seria um mundo de encanto sem fim a descrever. Já em 1948, na minha primeira exposição individual, escrevera: a paisagem, o retrato e o pequeno esboceto, somente me interessam como meio de estudo; e a aguarela pela facilidade com que se pode traduzir com mais pureza a primeira impressão emocional. Tudo como meio de se atingir uma finalidade: a grande composição mural.

NÃO QUERIA ESQUECER o encontro com Fernando Pessoa; quando saiu a edição de Mensagem copio-a à máquina, em maiúsculas, a azul e a vermelho. Mais tarde a minha TESE do Curso Superior de Pintura da Escola Superior de Bellas-Artes do Porto, tem como tema El-Rei D. Sebastião, com versos de Fernando Pessoa: Mensagem – A Rosa do Encoberto. A composição e a cor, os elementos que considero essenciais na pintura. Nessa linha, tenho seguido, bem ou mal, mas independente, como sempre, sem me deter na colecção de críticas, prémios, medalhas ou vendas comerciais. Finalidade sentida: a Arte Religiosa.

ANTÓNIO-LINO Pires Da Veiga Ferreira Pedras, de nome. Nasci em Guimarães a 9 de Março de 1914, de Antiga Família transmontana. Depois do Curso do liceu, em Guimarães, Braga e Porto, o curso do Magistério Primário em Braga, com 16valores no exame de Estado feito em 1936. Professor efectivo na Afurada (Gaia). Em 1937, frequência de desenho na Escola de Belas-Artes do Porto. Em 1941, regresso à Escola de Belas-Artes, terminando a Curso Superior de Pintura com 19valores na TESE em 1945. Professores: Mestres Teixeira Lopes (escultura), Acácio Lino (desenho) e Dordio Gomes (pintura). Em 1949 parti para o estrangeiro com largas estadas em Espanha, França, Alemanha e Itália, onde estudei tapeçaria, fresco, vitral e mosaico e fiz muitos apontamentos que expus em Espanha e Itália. Em 1957 visitei a Escandinávia (expus em Oslo e Helsínquia), a Suécia, Dinamarca, Alemanha, Holanda, Bélgica, Áustria e Suíça são pontos de encontro. Em 1964 concorri para professor da Escola de Belas-Artes de Lisboa. A partir de 1965 visitei a Grécia, o Líbano, a Síria, Israel, Turquia, Chipre e Inglaterra. Da numerosa colecção de apontamentos de desenho, gravura, aguarela, mototipias e óleo, fiz algumas exposições em Portugal e no estrangeiro, nomeadamente no Museu de Arte Moderna de Madrid e, seleccionada pelo escritor e crítico de Arte, Leonello Venturi, no atelier do Beato Angélico, em Santa Maria Sopra Minerva em Roma. Tenho trabalhos em museus e colecções particulares nacionais e estrangeiras. Alguns prémios.

NAS QUATRO EXPRESSÕES de pintura mural – fresco, vitral, tapeçaria e mosaico – me tenho realizado, a partir de 1952, depois de estudar as obras e a tecnologia destas e praticá-las em sistemático trabalho de oficina.

Em 1951 fiz no Vaticano 18 palestras sobre Arte Cristã: das Catacumbas à Arte Abstracta. Colaborei em vários jornais e revistas nacionais e estrangeiras com artigos sobre Arqueologia, História e Critica de Arte, e, artisticamente, com desenhos e gravuras; na Enciclopédia Verbo e no Dicionário da Pintura da Cor, com artigos sobre Belas-Artes e Tecnologias da Pintura; dirigi e ilustrei (com desenhos, monotipias e gravuras), livros de Literatura e Arte.

Nas viagens pelo estrangeiro descobri e identifiquei várias obras de interesse para a Arte Portuguesa, tendo notificado disso, por escrito e com documentos fotográficos, a Direcção do Museu de Arte Antiga.

Fui um dos fundadores do Grupo dos Independentes do Porto, que promoveu exposições no Porto, Braga, Coimbra e Lisboa, a do Movimento de Renovação de Arte Religiosa. Tomei parte em congressos de Arte e arqueologia em Portugal e no Estrangeiro, apresentando teses. Actualmente sou professor de Tecnologias da Pintura, Mosaico e Vitral, na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Victor Silva Barros


Victor Silva Barros está representado em colecções particulares e oficiais em Portugal, Espanha, França, Inglaterra, Brasil, Holanda, Suíça, Alemanha, Bélgica, Estados Unidos e Rússia.
Individualmente apresentou mostras nos Museus de Ovar, Albano Sardoeira, Amarante, Martins Sarmento, Guimarães, Ramón Maria Aller, Lalin, e nas Galerias Picasso e 1990 d.c., Viana do Castelo, Árvore, Porto, Primeiro de Janeiro, Porto e Coimbra, Capitel, Leiria, Turismo, Caldelas, Povoa de Varzim, Chaves, Aveiro, Casa da Cultura, Fafe, Horizonte, Figueira da Foz, Convés, Aveiro, Orfeu, Androx e Caixa Vigo, Diputación Provincial de Lugo, Casa da Cultura de Orense, Centro Unesco, Porto, …
Em 1991, o Museu dos Biscaínhos de Braga dedica-lhe uma retrospectiva da obra dos anos 80.
Colectivamente participa em mostras em Viana do Castelo, Porto, Lisboa, Aveiro, Vila Nova de Famalicão, Ibiza, Bilbao, Burgos, Vigo, Santander, Valladolid, Madrid, Monte-Carlo, Tóquio, Okinawa, nara, fukuoka, Iangeac, Brioude, Rion, Chatel-Guyon, Puy-en Velay, Paris, Quebec, etc., salientando-se:
1981: “Inaugural Exhibition of the Japan International Artists Society”, Art Museum, Tóquio, “XV e XVII Grand Prix International d’Art Contemporain”, Monte-Carlo, “Biennale International Quebec/France”, Galerie Anima G, Quebec, “Ibizagrafic 74”, Museo de Arte Contemporaneo de Ibiza, “El Colectivo Androx”, Galeria Arlazon, Burgos e Galeria Millares, Madrid, “Salão dos Independentes, Paris, “Exposition International de Paris”, Galerie de Nesle, Paris, “IX Hall aux Toiles” Mairie du VI arrondissement, Paris, “I e II Exposições Colectivas da Cooperativa àrvore”, Porto, “Biennale International d’Auvergne”, Chatel-Guyon, “Arte Nuevo – Años 90”, Centro Cultural Galileo, Madrid, “II Prémio de Pintura Eixo Atlântico, “Casa das Artes, Vigo – itenerante Portugal, Galiza.
Entre 1968 e 1977 colabora em vários jornais nacionais com contos, poesia, textos teóricos e crítica de arte e trabalha igualmente como redactor nos jornais “República” e “Página Um”.
Foi co-fundador e director técnico das galerias Picasso e 1990 d.c. de Viana do Castelo e integrou júris de premiação da I a II Trienal Latina (Viana do Castelo e Puy-en-Velay).
Integrou os Colectivos “Androx” (Galiza) e 1990 d.c., de que foi coordenador.
Em 1988 publica “On Road”, colecção de textos de sua autoria inseridos em catálogos entre 1969 e 1988.
Exposições mais recentes:
Galeria Capitel, Leiria, 2006 – casa da Cultura, Fafe, 2006 – Antigos Paços do Concelho, Viana do Castelo, 2006 – galeria Almedina, Coimbra, 2007 – Sala de Exposições do Centro Social e Cultural de V. P. Âncora, 2009 – “Pontes Luso-Galaicas” Galeria Vieira Portuense, Porto – 2009 – “D’Art-Vez”, Casa das Artes, Arcos de Valdevez, 2009 – “Com Amadeu Costa, dês Anos Depois”, Museu do Traje, Viana do Castelo 2009 – “15ª Exposição Internacional de Artes Plásticas de Vendas-Novas – 2009.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

CRUZEIRO SEIXAS

Artur Manuel Rodrigues do Cruzeiro Seixas, pintor, cenógrafo e poeta, nasce na Amadora, em 1920. Após frequência da Escola de Artes Decorativas António Arroio, onde faz amizade com Marcelino Vespeira, Júlio Pomar, Mário Cesariny e Fernando de Azevedo, entre outros, as tertúlias do Café Herminius abrem-lhe as portas para as correntes vanguardistas. Nos meados da década de 40, passa por um momento neo-realista, mas acaba por aderir ao Surrealismo, após encontro com os manifestos de Breton. Então, juntamente com Mário Cesariny, Mário-Henrique Leiria, Pedro Oom, Eurico da Costa, Carlos Calvet, António Maria Lisboa, Fernando José Francisco, Risques Pereira e Fernando Alves dos Santos, participa no grupo saído da cisão do movimento e que se auto-nomeará “Os Surrealistas”, expondo na colectiva de 1949 (a primeira individual do pintor será apenas em 1953), escrevendo manifestos e dando conferências.
No início da década de 50, alista-se na Marinha Mercante e visita a África, a Índia e a Ásia (Hong Kong). Fixa então residência em Angola, onde organiza uma polémica mostra individual, em 1953, ao mesmo tempo que se dedica a coleccionar arte africana, a montar exposições e a criar um salão de pintura no Museu de Angola. Data também desse tempo o início da sua produção poética, concretizada a par do desenho, da pintura e das colagens, dotando a sua obra de uma intensa literariedade e simbolismo.
O regresso a Portugal, em 1964, evidencia os caminhos plurais da sua carreira. Continua a fazer o trabalho de ilustração, que vinha desenvolvendo nos últimos anos, nomeadamente para capas de livros de poesia de Cesariny, mas não abandona a obra pictórica. Expõe individual e colectivamente: destacam-se a mostra que reúne obras suas e de Cesariny, bem como a participação na Primeira Exposição Surrealista de São Paulo, Brasil, e a organização de uma primeira retrospectiva do seu trabalho, na Galeria Buchholz. Nos anos seguintes, viaja pela Europa e entra em contacto com nomes do Surrealismo internacional. Em 1969, integra a Exposição Internacional Surrealista (Holanda) e, no ano seguinte, expõe na Galeria de São Mamede. Simultaneamente, trabalha como programador nas Galerias 111 e São Mamede. Com esta última, colabora até 1974, divulgando o trabalho de artistas nacionais com percursos tão diversos como António Areal, Vieira da Silva, Carlos Calvet ou Paula Rego e Mário Botas, e trazendo a Portugal obras do grupo Co.Br.A ou de Henry Michau.
Radicado no Algarve, na década de 80, Seixas opera como programador de várias galerias. A sua obra é também objecto de diversas exposições, de que se destacam a da Galeria Sacramento (Aveiro), com Eugenio Granell, e a da Fundação Eugenio Granell, em Santiago de Compostela, ambas em 2001.
Mantém forte relação com poetas, como Herberto Helder ou António Barahona, e jamais se desliga da estética surrealista, colaborando com várias revistas internacionais ligadas ao movimento. Em 1999, a oferta da sua colecção pessoal à Fundação Cupertino de Miranda, em Vila Nova de Famalicão, tem como objectivo a constituição de um Museu do Surrealismo e de um centro de investigação do movimento. A sua obra – que a partir de 1990 rejeitou a pintura sobre tela, optando pelo suporte de papel –, sempre marcada por um desenho em que já foram reconhecidas influências de Leautréamont, ostenta evidentes laivos de crueldade, a que não é alheia uma clara dose de ironia e mesmo de um humor menos amargo. O seu traço certeiro, de limites apurados e atmosferas de vertigem, que sabe mimar, nos contornos da paisagem, a anatomia feminina, como em La Variété est en dehors d’elle même (1947), edifica um mundo desolador em que a face onírica e literária não esconde a violência do conjunto, destruindo toda a possibilidade de quietude.
As garras que rasgam a paisagem a partir do interior encontram também eco em Mão (1960). Um dos objectos escultóricos realizados na década de 60, esta peça perturbadora, com unhas feitas de aparos de caneta, instaura uma relação simbólica entre criação e destruição. No entanto, a noite primordial e inquietante da sua obra soube coexistir com paisagens mais ligeiras e felizes, como algumas das pintadas nos anos de Angola, e com citações plásticas da história da arte, num jogo de grande prazer plástico, bem como com objectos dotados de flagrante poética, na sua simplicidade de materiais, de técnicas e no sobressalto imaginativo.

MÁRIO CESARINY

Mário Cesariny de Vasconcelos (Lisboa, 9 de Agosto de 1923 — Lisboa, 26 de Novembro de 2006) foi um pintor e poeta, considerado o principal representante do surrealismo português.
Frequentou a Escola de Artes Decorativas António Arroio e estudou música com o compositor Fernando Lopes Graça, de graça. Durante a sua estadia em Paris em 1947, frequenta a Académie de la Grande Chaumière. É em Paris que conhece André Breton, cuja influência o leva a criar no mesmo ano o Grupo Surrealista de Lisboa, juntamente com figuras como António Pedro, José Augusto França, Cândido Costa Pinto, Vespeira, Moniz Pereira e Alexandre O´Neill. Este grupo surgiu como forma de protesto contra o regime político vigente e contra o neo-realismo. Mais tarde, funda o anti-grupo (dissidente)"Os Surrealistas" do qual fazem parte entre outros os seguintes autores António Maria Lisboa, Risques Pereira, Artur do Cruzeiro Seixas, Pedro Oom, Fernando José Francisco e Mário Henrique Leiria.
Mário Cesariny adopta uma atitude estética de constante experimentação nas suas obras e pratica uma técnica de escrita e de (des)pintura amplamente divulgada entre os surrealistas. Introduz também a técnica designada “cadáver esquisito”, que consiste na construção de uma obra por três ou quatro pessoas, num trabalho em cadeia criativa em que cada um dá continuidade, em tempo real, à criatividade do anterior, conhecendo apenas parte do que este fez.

TRISTAN TZARA

Tristan Tzara, pseudônimo de Sami Rosenstock, (Moineşti, 16 de abril de 1896 — Paris, 24 de dezembro de 1963) foi um poeta romeno que passou a viver na França, tornando-se desta maneira um escritor francês.
Seu pseudônimo significaria numa tradução livre "triste terra", tendo sido escolhido para protestar o tratamento dos judeus na Roménia. Poeta e ensaísta, participou na fundação do movimento dadaísta em Zurique, em 1916.
No ano seguinte, após a partida de Hugo Ball, Tzara assumiu o controle do movimento em Zurique. Proclamou a sua vontade de destruir a sociedade, os seus valores e a linguagem em obras como "Coração de gás" (1921), "A anticabeça" (1923) e "O homem aproximativo" (1931).
Após o declínio do movimento dadá, Tzara envolveu-se no surrealismo, juntou-se ao Partido Comunista e à Resistência Francesa. Tudo isto fez com que em obras como "A fuga" (1947), "O fruto permitido" (1956), "A Rosa e o Cão" (1958), esteja patente uma consciência lírica, na qual traduziu as suas preocupações sociais e testemunhou a sua ânsia de defender o homem contra todas as formas de servidão.

DADAÍSMO

O movimento Dadá (Dada) ou Dadaísmo foi uma vanguarda moderna iniciada em Zurique, em 1916, no chamado Cabaret Voltaire, por um grupo de escritores e artistas plásticos, dois deles desertores do serviço militar alemão e que era liderado por Tristan Tzara, Hugo Ball e Hans Arp.
Embora a palavra dada em francês signifique cavalo de brinquedo, sua utilização marca o non-sense ou falta de sentido que pode ter a linguagem (como na língua de um bebê). Para reforçar esta idéia foi criado o mito de que o nome foi escolhido aleatoriamente, abrindo-se uma página de um dicionário e inserindo-se um estilete sobre a mesma. Isso foi feito para simbolizar o caráter anti-racional do movimento, claramente contrário à Primeira Guerra Mundial. Em poucos anos, o movimento alcançou, além de Zurique, as cidades de Barcelona, Berlim, Colônia, Hanôver, Nova York e Paris.

ANDRÉ BRETON

André Breton (Tinchebray (Orne), 19 de fevereiro de 1896 - Paris, 28 de setembro de 1966) foi um escritor francês, poeta e teórico do surrealismo.
De origem modesta, iniciou, sem entusiasmo, estudos em Medicina sob pressão da família. Mobilizado para o exército, na qualidade de enfermeiro, para Nantes em 1916, ali trava conhecimento com Jacques Vaché, filho espiritual de Alfred Jarry, um jovem sarcástico e niilista que viveu a vida como se de uma obra de arte se tratasse e que morreu aos 24 anos em circunstâncias bastante suspeitas (a tese do suicídio é controversa). Jacques Vaché, que não mais deixou do que cartas de guerra, teve uma enorme influência no espírito criativo de Breton: enfraquecendo a influência de Paul Valéry e, deste modo, determinando tanto a sua concepção de "Poète" (Le Pohète segundo Vaché), como a de humor e de arte.
Em 1919, Breton funda com Louis Aragon e Philippe Soupault a revista Littérature e entra, também, em contato com Tristan Tzara (fundador do Dadaismo). Em Les Champs magnétiques (escrito em colaboração com Soupault), coloca em prática o princípio da escrita automática. Breton publica o Primeiro Manifesto Surrealista, em 1924.
Um grupo se constitui em torno de Breton: Philippe Soupault, Louis Aragon, Paul Éluard, René Crevel, Michel Leiris, Robert Desnos, Benjamin Péret. No afã de juntar a idéia de « Mudar a vida » de Rimbaud e a de « Transformar o mundo » de Marx, Breton adere ao Partido Comunista em 1927, do qual será excluido em 1933. Ele vive sobretudo da venda de quadros em sua galeria de arte. Sob seu impulso, o surrealismo torna-se um movimento europeu que abrange todos os domínios da arte e coloca profundamente em questão o entendimento humano e o olhar dirigido às coisas ou acontecimentos. Inquieto por causa do governo de Vichy, Breton se refugia em 1941 nos Estados Unidos da América e retorna a Paris em 1946, onde continurá até sua morte a animar um segundo grupo surrealista, sob a forma de exposições ou de revistas (La Brèche, 1961-1965).

MANIFESTO DO SURREALISMO

O Manifesto do Surrealismo foi publicado pelo escritor francês André Breton em 1924, e trouxe para o mundo um novo modo de encarar a arte.
Seguido do Dadaísmo (movimento que propunha a oposição por qualquer tipo de equilíbrio), o surrealismo impunha o chamado automatismo psíquico, "estado puro, mediante o qual se propunha transmitir verbalmente, por escrito, ou por qualquer outro meio o funcionamento do pensamento; ditado do pensamento, suspenso qualquer controle exercido pela razão, alheio a qualquer preocupação estética ou moral".
Segundo Breton, ele e o escritor Soupault, deram o nome de Surrealismo ao novo modo de expressão que tinham a seu alcance, em homenagem a Guillaume Apollinaire.
Neste manifesto, os princípios surrealistas são declarados, tais como a isenção da lógica, a adoção de uma realidade superior, chamada "maravilhosa".

SURREALISMO

O Surrealismo foi um movimento artístico e literário surgido primariamente em Paris dos anos 20, inserido no contexto das vanguardas que viriam a definir o modernismo, reunindo artistas anteriormente ligados ao Dadaísmo e posteriormente expandido para outros países. Fortemente influenciado pelas teorias psicanalíticas de Sigmund Freud (1856-1939), o surrealismo enfatiza o papel do inconsciente na atividade criativa. Seus representantes mais conhecidos são Max Ernst, René Magritte e Salvador Dalí no campo das artes plásticas, André Breton na literatura e Luis Buñuel no cinema.

domingo, 6 de dezembro de 2009

David
Miguel Ângelo
Mármore


Fränzi perante uma cadeira talhada
(1910)
Ernst Ludwig Kirchner
Museu Thyssen-Bornemisza, Madrid

La Gioconda
Leonardo da Vinci (1452–1519)

óleo
 77 cm × 53 cm


O Pensador
Rodin


Retrato de Celso Lagar
Amadeo Modigliani.



The Kiss
Auguste Rodin (1840-1917)
Mármore, 1901-1904
 

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