Madame G Van Muyden
Amedeo
Modigliani, 1906.
Nome
completo Amedeo Clemente Modigliani
Nascimento 12 de julho de 1884, Livorno
Morte 24 de janeiro de 1920 (35 anos), Paris
Residência Paris
Nacionalidade Itália italiano
Cônjuge Jeanne Hébuterne
Filho(s) Jeanne Modigliani (1918-1984)
Ocupação Artista plástico e escultor
Movimento
estético Modernismo
Amedeo
Clemente Modigliani (Livorno, 12 de julho de 1884 — Paris, 24 de janeiro de
1920) foi um artista plástico e escultor italiano que viveu em Paris.
Artista
principalmente figurativo, tornou-se célebre sobretudo por seus retratos
femininos caracterizados por rostos e pescoços alongados, à maneira das
máscaras africanas.
Morreu
aos trinta e cinco anos, em condições de extrema pobreza material, vítima de
meningite tuberculosa, agravada pelo excesso de trabalho, álcool e drogas.
Modigliani
nasceu em uma família judia, em Livorno, Itália.
Seu
trisavô materno, Solomon Garsin, emigrara de Túnis para Livorno no século
XVIII. Os Garsin eram originários da Espanha, de onde haviam sido expulsos, no
final do século XV, transferindo-se para Túnis.1 2 Depois eles se transferiram
para Livorno, onde nasceu o bisavô materno de Amedeo Mogigliani, Giuseppe
Garsin - filho de Salomon Garsin e de Régine Spinoza.
Já
a família paterna, os Modigliani, era provavelmente oriunda de Modigliana,
perto de Forli, na região da Romagna. Antes de se estabelecerem em Livorno,
teriam vivido em Roma, onde exploravam uma casa de penhores. Segundo Jeanne
Modigliani, um certo Emanuele Modigliani teria sido encarregado pelo governo
pontifical de fornecer o cobre necessário às emissões extraordinárias de moedas
dos dois ateliês pontificais. Posteriormente, não obstante uma lei dos Estados
Pontifícios que proibia a posse de terras por judeus, Emmmnuele teria adquirido
um vinhedo nas encostas do Albani, sendo, logo em seguida, obrigado pelas
autoridades a se desfazer da vinha. Inconformado, ele teria então deixado Roma,
com toda a sua família, para se instalar em Livorno, em 1849. Naquele mesmo
ano, Giuseppe Garsin, depois de sofrer sérios reveses nos negócios, decide
deixar Livorno e partir , com a mulher, Anna Moscato, e o filho, Isaac, para Marselha
onde foi bem-sucedido.
Amedeo
Modigliani foi o quarto filho de Flaminio Modigliani e sua esposa Eugénie
Garsin, filha de Isaac e Régine Garsin. Na época, os Garsin eram relativamente
abastados - sobretudo um dos irmãos de Eugénie, Amédée Garsin, que enriquecera
especulando com imóveis e mercadorias. Já os Modigliani tinham empobrecido,
chegando à falência. Flaminio dedicava-se aos vários negócios da família, que
incluíam mineração e agricultura na Sardenha, além de atividades comerciais em
Livorno. Mas os negócios andaram mal. Foi o nascimento de Amedeo que salvou a
família da ruína total, pois, de acordo com uma lei antiga, os credores não
podiam tomar a cama de uma mulher grávida ou de uma mãe com um filho
recém-nascido. Os oficiais de justiça entraram na casa da família, justamente
quando Eugénie entrou em trabalho de parto. A família então protegeu seus
pertences mais valiosos colocando-os por cima da cama da parturiente.
Na
infância, Amedeo sofreu de diversas doenças graves - pleurisia, tifo e
tuberculose -, que comprometeram sua saúde pelo resto da vida e cujo tratamento
forçava-o a constantes viagens, até sua mudança definitiva para Paris, em 1906.
Também por causa da saúde precária não recebeu educação formal e voltou-se para
o estudo da pintura, iniciado na cidade natal, que prosseguiu em Veneza e
Florença. Teve uma estreita relação com sua mãe, que lhe deu aulas até que ele
completasse dez anos, e começou a desenhar e pintar precocemente, antes mesmo
de ir para a escola. Aos quatorze anos, durante uma crise de febre tifóide, ele
delirava e, em seu delírio, falava que queria acima de tudo ver as pinturas no
Palazzo Pitti e nos Uffizi, em Florença. Sua mãe então prometeu a ele que,
assim que se recuperasse, ela o levaria a Florença; de fato, não só cumpriu a
promessa como permitiu que o filho fosse trabalhar no estúdio de Guglielmo
Micheli, um dos pintores mais conhecidos de Livorno, de quem Amedeo recebe as
primeiras noções de pintura. No ateliê de Micheli, ele conhecerá, em 1898, o
grande Giovanni Fattori, sendo assim influenciado pelo movimento dos
Macchiaioli, em particular pelo próprio Fattori e por Silvestro Lega.
Em
1906, Modigliani transfere-se para Paris e, ao fim de três anos de vida boêmia,
executa uma de suas obras mais importantes: O violoncelista, que expôs no Salão
dos Independentes de 1909.
Modigliani,
Pablo Picasso e André Salmon em Montparnasse (1916).
Como
outros pintores e artistas do seu tempo, viveu a experiência da extrema
pobreza. Por meio dos companheiros de arte, conheceu o poeta polaco Leopold
Zborowski, que se tornaria seu melhor e mais devotado amigo, além de
incentivador e marchand. Em 1917, Zborowski consegue para Modigliani uma
exposição individual na Gallerie Berthe Weill. A exposição durou apenas um dia,
pois se transformou num escândalo graças aos nus expostos na vitrine da
galeria.
A
grande musa de Amedeo foi Jeanne Hébuterne, com quem teve uma filha, Jeanne, em
1918. Complicações na saúde fazem o pintor viajar para o sul da França com a
esposa e a filha, a fim de recuperar-se. Retorna a Paris ao final de 1918.
Na
noite de 24 de janeiro de 1920, aos 35 anos, Modigliani morre de tuberculose.
Foi sepultado no famoso Cemitério do Père-Lachaise, em Paris.
No
dia seguinte à morte do companheiro, Jeanne, grávida de nove meses, suicida-se,
atirando-se do quinto andar de um edifício.
Fruto
de diversas culturas, amigo de tantos artistas e encontrando-se numa conturbada
fase de questionamentos e transições, sua obra entretanto não pode ser
considerada filiada a nenhuma escola, sendo toda ela dotada de um estilo
próprio e autônomo.
Seus
nus, que provocaram escândalo em seu tempo, revelam não sensualidade, mas um
desnudamento da alma humana. Seu estilo faz parte de um momento em que a arte
pictórica, confrontada à fotografia, lutava para manter seu espaço, seus
valores e sua estética.
O
encontro com o escultor Constantin Brancusi marcou a carreira de Modigliani,
que por um longo período abandonou a pintura pela escultura. Impressionado pelo
cubismo, muito influenciado por Cézanne, Toulouse-Lautrec e Picasso, o artista
executou nesse período esculturas nas quais se misturam influências da escola
de Siena e da arte da África negra, sobretudo das esculturas do Congo e do
Gabão. Nota-se em suas esculturas uma forte influência da arte africana e
cambojana, que provavelmente conhecera no Musée de l'Homme. Seu interesse pelas
máscaras africanas é evidente no tratamento dos olhos de seus modelos.
A
partir de 1912, com o agravamento de sua doença, Modigliani abandona a
escultura, concentrando-se apenas na pintura.
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