Giovanni
Battista Felice Castagneto, também conhecido como João Batista Castagneto,
(Gênova, 27 de novembro de 1851 — Rio de Janeiro, 29 de dezembro de 1900) foi
um pintor, desenhista e professor ítalo-brasileiro.Na Itália, Castagneto era
marinheiro. Nada se sabe sobre haver ele ou não frequentado academias ou
ateliês onde teria iniciado estudos artísticos. Porém, é certo que possuía
forte vocação para as artes, pois só esse fato explica que, logo ao chegar ao
Rio de Janeiro em 5 de outubro de 1874, acompanhado de seu pai Lorenzo, também
marinheiro, tenha procurado ingressar na Academia Imperial de Belas Artes.
O
arguto pesquisador e biógrafo do pintor, Carlos Roberto Maciel Levy, descobriu
que Castagneto, ao pretender ingressar na Academia, em 1877, já tinha 23 anos.
Mas como o limite de ingresso era 17 anos, o pai Lorenzo Di Gregorio
Castagneto, ao requerer a admissão do filho, falseou informações ao declarar
que residia na Brasil desde 1862 e que Giovanni Battista completara 16 anos de
idade. Surgiu assim a versão, até há bem pouco desconhecida, de que Castagneto
nascera em 1862. Portanto, ao falecer em 1900, já contava com quase cinquenta
anos e não apenas trinta e oito como anteriormente se acreditava. Quando se
radicou no Brasil era homem feito. Ultrapassara há muito a fase da
adolescência.
Tinha
um grau de instrução muito precário, beirando o analfabetismo, como provam os
exames que realizou na Academia. Apesar disso, foi aceito como ouvinte e pode
frequentar o curso de 1878 até 1884 tendo como mestres, entre outros, Zeferino
da Costa e Vitor Meireles.
Foi
também orientando de Georg Grimm entre 1882 e 1884, tendo acompanhado o
paisagista alemão, quando este deixou a Academia e foi instalar seu ateliê, ao
ar livre, na praia da Boa Viagem, em Niterói. Nesse entretempo, em 1883, foi
assistente de João Zeferino da Costa na pintura dos painéis decorativos da
Igreja da Candelária no Rio de Janeiro. Também exerceu o magistério ministrando
aulas de desenho no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro.
Castagneto
foi um dos participantes do Grupo Grimm juntamente com Antônio Parreiras,
Domingo Garcia y Vásquez, Hipólito Boaventura Carón, Joaquim José de França
Júnior e Francisco Joaquim Gomes Ribeiro. Um outro alemão, Thomas Driendl,
fazia o papel de assistente e substituto do mestre.
Entre
1890 e 1893, viajou para a França, visitando Paris, mas como a cidade não o
atraia, escolheu a região marítima de Toulon para desenvolver sua pintura.
Foi
um importante pintor do estilo marinhista (representação de cenas ligadas ao
mar), assim como o também ítalo-brasileiro José Pancetti, e seu estilo
evidencia influências desde o Romantismo, passando pelo Realismo, até
incorporar traços impressionistas.
Sem comentários:
Enviar um comentário