aguarela sobre papel, 32,0 x 44,5 cm
Paulo
Ferreira
Paulo
Ferreira (ou Paolo) (1911 — 1999), foi um pintor, decorador e ilustrador
português. Pertence à segunda geração de pintores modernistas portugueses.
Faz
a instrução primária na Escola Académica de Lisboa; ingressa depois no Liceu
Pedro Nunes, Lisboa. Em 1921 apresenta os seus primeiros desenhos e pinturas.
Entra em contacto com o meio artístico e literário português. Em 1928 faz uma
estadia em Madrid, onde frequenta o Museu do Prado, iniciando-se como
ilustrador após o regresso a Lisboa. Nos anos seguintes colabora no Diário de
Lisboa, no Diário de Notícias e em revistas em como a ABC, Civilização,
Ilustração Portuguesa, O Sempre Fixe, etc.
Foi
um dos fundadores e o mais importante cenógrafo e figurinista da Companhia
Portuguesa de Bailado Verde Gaio na década de 1940, tendo colaborado em Muro do
Derrete, 1940, Dança da Menina Tonta, 1941, Imagens da Terra e do Mar, 1943,
Festa no Jardim, 1947, Balada, 1948, etc. Participou em diversas Exposições de
Arte Moderna do S.P.N./S.N.I. (Prémio Sousa-Cardoso, 1939; Prémio Tagarro,
1945). Integrou as equipas de decoradores das pousadas nacionais e das representações
portuguesas em Feiras e Exposições Internacionais (nomeadamente nas exposições
de Paris, 1937, Nova Iorque e S. Francisco, 1939, cuja equipa incluía ainda
Fred Kradolfer, Carlos Botelho, Bernardo Marques, José Rocha, Emmerico Nunes e
Tom3 ). Participou na Exposição do Mundo Português (1940). Foi autor de três
pinturas murais alusivas à Estremadura no Museu de Arte Popular, Lisboa.
Ao
longo dos anos teve importante atividade enquanto organizador de exposições.
Entre muitas outras iniciativas pelas quais foi responsável, em 1942 organizou
a 1ª Exposição dos Artistas Ilustradores Modernos; comissariou a primeira
retrospetiva moderna de Amadeo de Souza-Cardoso em 1958 (Casa de Portugal,
Paris; sede do SNI, Lisboa); foi comissário de Portugal à Bienal de Paris,
1961; em 1972 coordenou, para a Fundação Gulbenkian, uma exposição sobre os
contactos de Robert e Sonia Delaunay com Amadeo de Souza-Cardoso, Eduardo
Viana, José Pacheko e Almada Negreiros, cuja troca de correspondência publicou
nesse mesmo ano. Através da sua intervenção, a Gulbenkian adquiriu diversas
obras de Amadeo à sua mulher, Lúcia de Sousa-Cardoso. Publicou uma última
monografia de Amadeo em Paris (1995), incluindo mais correspondência inédita.
A
carreira artística de Paulo Ferreira afirma-se no contexto do Estado Novo,
ligando-se ao chamado estilo SNI (Secretariado Nacional de Informação)9 .
Diversificada, eclética, adaptando-se às exigências particulares de cada
projeto, a sua obra plástica percorreu, no entanto, caminhos temáticos e formais
contrastantes, que vão das abordagens mais convencionais à adoção de soluções
de cariz expressionista; soube depois renovar-se, aderindo a um idioma abstrato
"onde confluem ritmos geométricos e construtivos numa atmosfera de secreta
poesia".
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