Despertar de Ícaro (1910), por Lucílio de Albuquerque. Acervo do
Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro.
Lucílio
de Albuquerque (Barras, 9 de maio de 1877 — Rio de Janeiro, 19 de abril de
1939) foi um pintor, desenhista e professor brasileiro.
Nascido
em Barras, no estado do Piauí, depois de uma breve passagem pela Faculdade de
Direito de São Paulo, ingressou em meados dos anos 1890 na Escola Nacional de
Belas Artes (ENBA), onde foi aluno de Daniel Bérard, Zeferino da Costa, Rodolfo
Amoedo e Henrique Bernardelli.
Em
1906, recebeu o Prêmio de Viagem da ENBA, com a tela Anchieta escrevendo o
poema à Virgem, pertencente hoje ao Museu Dom João VI, da Escola de Belas
Artes/UFRJ. Logo depois, casou-se com sua colega de Academia, Georgina de
Albuquerque; ainda em 1906, ambos partiram para a França, onde permaneceram por
cinco anos. Em Paris, Lucílio frequentou a Academia Julian - onde estudou com
Marcel Baschet, Henry Royer e Jean-Paul Laurens -, e também o ateliê de Eugène
Grasset, mestre do art nouveau, como fizera alguns anos antes Eliseu Visconti;
nessa estadia na cidade-luz, ainda expôs com sucesso no Salon des Artistes
Français.
De
volta ao Rio de Janeiro, em 1911, Lucilio fez juntamente com a esposa Georgina
uma grande exposição na ENBA. No mesmo ano tornou-se professor de Desenho
Figurado da instituição, assumindo definitivamente a cátedra em 1916. Nas
Exposições Gerais recebeu sucessivamente: menção de 2º grau (1902, com Stella),
menção de 1º Grau (1904, com um retrato), grande medalha de prata (1907, com
Agnus Dei), pequena medalha de ouro (1912, com Despertar de Ícaro) e medalha de
honra (1920, com Retrato de Georgina).
Pintor
prolífico, destacou-se como retratista e paisagista, tendo sido entre os
pintores de sua geração um dos mais dedicados cultores do gênero da pintura
histórica. Projetou os vitrais para o Pavilhão Brasileiro na Exposição
Internacional de Turim em 1911 e realizou diversas pinturas de caráter
decorativo, como aquelas para as salas da Maioria e da Minoria, no atual
Palácio Pedro Ernesto, no Rio de Janeiro. Lúcilio expôs em diversos estados
brasileiros (São Paulo, Rio Grande do Sul, Bahia, Pernambuco) e no exterior
(Argentina, Estados Unidos da América).
Após
sua morte, sua esposa organizou na residência do casal, em Laranjeiras, o Museu
Lucilio de Albuquerque, cujo grande acervo se encontra dividido entre o Museu
do Ingá e o Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro.
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