domingo, 2 de fevereiro de 2014

José Joaquim da Rocha

Teto da Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia, sua obra mais famosa

José Joaquim da Rocha
José Joaquim da Rocha (?, 1737 ? — Salvador, 12 de outubro de 1807) foi um pintor, encarnador, dourador e restaurador brasileiro, considerado o fundador da escola baiana de pintura barroca, o maior de seus integrantes e um dos mais destacados pintores do Barroco brasileiro. Deixou vários discípulos e continuadores, que preservaram os princípios da sua estética até o século XIX. Sua produção é numerosa, e embora tenha muitos momentos de alto nível, é desigual, em parte porque desde que se tornou reconhecido sempre contou com muitos discípulos e aprendizes que o auxiliavam, e aos quais entregava grandes porções do trabalho, como era o costume na época. Não assinou nenhuma de suas pinturas, e grande parte das que foram identificadas são atribuições transmitidas apenas pela tradição oral, o que dificulta o estudo da sua trajetória e estilo.
Pouco se sabe sobre sua vida, e a maioria das obras atribuídas a ele não tem documentação comprobatória.Diz um manuscrito anônimo encontrado por Carlos Ott na Biblioteca Nacional e datável entre 1866 e 1876, que José Joaquim era procedente de Minas Gerais, mas essa origem é duvidosa. Outros autores apontam Salvador, o Rio de Janeiro ou mesmo Portugal. O ano em que nasceu também é incerto, mas foi dito que ao falecer em 1807 tinha 70 anos.
Entre 1764 e 1765 esteve em Salvador, possivelmente estudando com Antônio Simões Ribeiro. Na cidade, auxiliou Leandro Ferreira de Sousa na pintura de um painel de Jesus atado à coluna e douramento da moldura, obra realizada para o Recolhimento da Santa Casa, conforme um recibo de pagamento que sobreviveu. O custo foi de 9$600 réis. Nesta época morou no andar de cima de um pequeno sobrado pertencente à Santa Casa, pagando um aluguel de 7$500 réis a cada três meses que nem sempre pôde honrar, o que indica uma pobre condição.

Entre 22 de janeiro de 1766 e 28 de agosto de 1769 não há qualquer registro sobre sua vida.5 Pode ter se dirigido a João Pessoa para trabalhar no Convento e Igreja de Santo Antônio, mas hoje é objeto de grande debate a autoria do famoso teto da igreja, com a cena da Glorificação dos Santos Franciscanos, às vezes atribuída a ele mas sem documentação.6 8 É possível, como sustenta uma tradição oral, que neste período tenha ido se aperfeiçoar em Lisboa, entrando em contato com Antonio Lobo e Jerônimo de Andrade - embora não se saiba quem possa ter sido o seu mecenas. Mas como pensa a pesquisadora Maria de Fátima Campos, Salvador já possuía condições de prover um ensino adequado a um jovem talentoso. De qualquer forma, quando reaparece já é inegavelmente um pintor maduro, disputando com mestres estabelecidos, Domingos da Costa Filgueira e José Renovato Maciel, uma grande encomenda de pintura de perspectiva ilusionística, técnica que exigia um grande domínio do ofício, a ser realizada na Igreja de Nossa Senhora da Saúde e Glória. Apesar de oferecer um preço mais vantajoso, o trabalho foi entregue a Filgueira. Ao que parece, continuava a viver pobremente, alugando uma casinha na Rua dos Capitães.

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