sábado, 30 de janeiro de 2010

ARTE ABSTRATA

 Arte que não imita nem representa directamente a realidade externa: alguns escritores restringem o termo à arte não figurativa, enquanto que outros o utilizam relativamente à arte e que não faz representação, ainda que derive em última análise da realidade. Têm sido sugeridas várias alternativas (arte de não representação, arte não objectiva, arte concreta) mas nenhuma teve aceitação geral. «Abstracto» é frequentemente utilizado como termo relativo, sendo as pinturas mais ou menos abstractas no seu tratamento. A fonte original de uma pintura abstracta, p. ex. uma paisagem ou uma natureza morta, pode ser visível ou decifrável: a maior parte da pintura cubista é desta espécie. As formas simplificativas ou geométricas, que não têm referência directa com a realidade externa podem ser utilizadas exclusivamente, como na arte de *Mondrian. Num terceiro tipo de abstracção as pinceladas, a cor e as texturas do material utilizado sugerem o desenvolvimento da pintura, como na obra de J. *Pollock.
A ideia de que as formas e a cor por si podem estimular o espectador constitui a base de toda a a. A. Muita da pintura e escultura do séc. XX intenta, tal como a música, não ter qualquer objectivo de representação. Encontraram-se fontes e paralelos desta arte em decorações de cerâmicas, em elementos decorativos de manuscritos e nas artes aplicadas (em especial na Arte celta, p. ex. O Livro de Kells), na Arte maometana, na escultura primitiva e tribal e nos elementos não realistas da pintura europeia (p. ex. os fundos arquitectónicos das pinturas de Fra Angelico).
A a. A. do século XX tem a sua origem em Cézanne que tratou alguns motivos paisagísticos como sólidos geométricos e cuja pintura foi muito admirada pelos cubistas.
O Cubismo, o primeiro estilo abstracto, teve um efeito decisivo noutros artistas e grupos. O valor independente da cor não foi realçado pelo Cubismo, mas por outros grupos. O desenho de motivos de cor uniforme, utilizado por Gauguin e pelos pintores de Pont-Aven, foi retomado pelos *Nabis; os *Fauves interessaram-se particularmente pela cor. A primeira pintura não figurativa foi executada por Kandinsky em 1910, mas antes houve vários pintores em cuja obra o tema se tornava virtualmente indistinguível, por exemplo Holzel e Gustave Moreau. O impacto emocional da cor também foi de primeira importância para o *Expressionismo alemão. O Cubismo foi seguido pelo *Futurismo na Itália, o *Vorticismo na Grã-Bretanha, * de Stijl nos Países Baixos e várias formas de abstracção na Rússia, incluindo o *Rayonnismo de Goncharova e Larionov, o *Construtivismo e a rígida a. A. geométrica de Malevich (Suprematismo). A abstracção de vários tipos tornou-se mais comum nas pinturas e esculturas dos anos vinte, tendo na sua maior parte uma base geométrica: excepcionalmente, Arp fizera algumas composições de acaso ( p. ex. com papel rasgado) e no *Surrealismo houve algumas experiências com tipos mais informais de abstracção. A principal tendência da a. A. nos anos 30 foi geométrica e o grupo *Abstraction-Création foi formado em 1932 para exibir essa arte. A este salão abstraccionista sucedeu, depois da guerra, o Salon des Réalités Nouvelles. Desde a guerra que, na pintura abstracta, as composições informais e as inovações na técnica têm sido mais frequentes e o principal movimento é o *Expressionismo Abstracto. A escultura durante o séc. XX tem sido frequentemente abstracta, particularmente na obra de vários das suas maiores figuras como *Arp, *Brancusi e *Calder.

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