“S.M”,
1961, Joaquim Rodrigo
Joaquim
Rodrigo
Joaquim José
Cardoso Rodrigo nasceu a 7 de julho de 1912, em Lisboa. Apesar de o
ambiente familiar não ter qualquer ligação às artes plásticas, o pai era
oficial da Marinha Mercante, o que implicava muitas viagens e, em 1928, vive
durante oito meses com a família em Sevilha, onde assiste à Exposição
Universal, memória que será recorrente ao longo da sua vida.
Casa-se, em
1934, com Maria Henriqueta Correia de Miranda, filha do escritor Carlos Amaro,
passando a viver em casa dos sogros onde encontra um ambiente familiar animado
por convívios e leituras de poesia que o introduzem numa vivência cultural
diferente da que conhecia.
Em 1938 inicia
a sua atividade profissional como engenheiro agrónomo adjunto da Câmara
Municipal de Lisboa no Parque Nacional de Monsanto. Conclui o curso de
Engenharia agrónoma do Instituto Superior de Agronomia da Universidade Técnica
de Lisboa em 1939. Continua o seu trabalho no Parque Nacional de Monsanto e, em
1943, conclui o curso de engenheiro silvicultor na mesma instituição.
Depois de uma
viagem a Itália e França, em 1949, regressa a Lisboa e inscreve-se, no ano
seguinte, num curso noturno de pintura da Sociedade Nacional de Belas-Artes,
que acaba por abandonar em 1951. Neste ano, expõe pela primeira vez na SNBA
local onde terá exposições que se sucederão ao longo de muitos anos.
Em 1952
realiza uma grande viagem pela França, Alemanha, Dinamarca, Suécia, Holanda e
Bélgica. Nestes países visita inúmeros museus conhecendo um panorama atualizado
da arte contemporânea. Isto reflete-se nas suas pinturas, surgindo os seus
primeiros óleos sobre tela, abstratos, levando a sua pintura, em 1953, a atingir um
desenvolvimento que o projeta como um valor relevante do abstracionismo.
A partir de 1955, a sua pintura retoma
um geometrismo mais rigoroso para, em 1961, se alterar radicalmente aceitando a
inscrição de signos figurais ou verbais, muitos deles oriundos da cultura
popular. Os títulos tornam-se crípticos, de forma a mitigar a alusão a factos
políticos.
Devido ao seu
trabalho como engenheiro silvicultor, a sua produção artística abranda, sendo
retomada em 1968 depois de outra grande viagem cujas memórias, desta e de
outras que fará até 1974, serão recorrentes ao longo da sua obra. Deste modo, o
tema das viagens torna-se exclusivo, sofrendo a sua pintura uma nova
transformação que sintetiza e reduz a quantidade de signos virtuais e verbais.
Em março de
1972 realiza uma exposição retrospetiva da sua obra no grande salão da SNBA. No
dia 15 de abril de 1974 aposenta-se da Câmara Municipal de Lisboa,
dedicando-se, depois da revolução, ao seu trabalho teórico publicando vários
livros. De outubro de 1977 a
junho de 1979 dirige um curso de pintura na SNBA praticamente interrompendo a
sua atividade artística mas retomando-a intensamente em 1980 até à data da sua
morte, no dia 11 de janeiro de 1997.
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