terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Jorge Afonso


Jorge Afonso: Anunciação, c. 1510. Museu Nacional de Arte Antiga

Jorge Afonso era arauto de el-rei e morava nas imediações da Igreja de S. Domingos, em Lisboa, conforme ele próprio declara no depoimento que fez no processo de Garcia Fernandes, seu sobrinho por afinidade, por ser casado com a filha de uma sua irmã. Ora, sendo a mulher de Garcia Fernandes filha do pintor Francisco Henriques, segue-se que Jorge Afonso era cunhado deste último.
A 09.08.1508 D. Manuel nomeou-o seu pintor, com o encargo de examinador de todas as obras de pintura, submetidas a seu exame e avaliação. Tinha, com este ofício, dez mil reais por ano, pagos na Casa da Mina. D. João III confirmou-lhe a nomeação a 09.12.1529.
Em 30.11.1519 foi celebrado um contracto entre Afonso Monteiro e Afonso Gonçalves, carpinteiro, para fazer os poiais e grade para o retábulo da Conceição, que Jorge Afonso havia de pintar. No respetivo contracto se declara que estava presente Jorge Afonso, irmão de Afonso Gonçalves. Seria este Jorge Afonso o próprio pintor? Esta hipótese parece confirmar-se, vista a semelhança ou identidade da assinatura dos dois. Em 21.07.1521 atestava Jorge Afonso ter recebido a dita obra, segundo a forma do contrato.
Em 1518 celebrou Bartolomeu Fernandes um contrato para a pintura do coro de Santo António. Jorge Afonso passou por debaixo desse contrato um atestado, em que certificava estar concluída a obra.

A Jorge Afonso é atribuída a execução dos grandes painéis de pintura sobre madeira da Charola do Convento de Cristo, em Tomar e o retábulo da igreja do Convento da Madre de Deus, em Lisboa. Sabe-se que foi pintor régio e examinador de todas as obras de pintura do reino, para D. Manuel I e seu filho D. João III, e que dirigiu um atelier de pintura em Lisboa. Faleceu em 1540.

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