Ascensão,
c. 1530. Museu Nacional de Arte Antiga
Frei
Carlos ou Frei Carlos de Lisboa ( ? — 1540) é nome pelo qual ficou conhecido no
mundo da arte um frade de origem flamenga, sendo filho ou neto de flamengos,
mas nascido em Lisboa, e que, depois de professar em 1517 como freire da Ordem
de São Jerónimo, no Convento do Espinheiro, junto a Évora, se notabilizou como
pintor de retábulos e de outras obras de carácter devocional.
Este
monge-pintor, conhecido enigmaticamente apenas por Frei Carlos, foi uma das
mais importantes figuras da pintura retabular peninsular das primeiras décadas
do século XVI. Alguns dos grandes painéis que a sua oficina pintou para igrejas
conventuais estão entre as obras mais apreciadas das colecções do Museu
Nacional de Arte Antiga de Lisboa.
Relativamente
ao seu trabalho, sabe-se que trabalhou também para outros conventos
hieronimitas em Portugal, nomeadamente o de Belém e o de Santa Marinha da Costa,
perto de Guimarães. Dada a falta de unidade técnica e estilística detectadas em
pinturas saídas do Espinheiro, admite-se que, face a uma produção volumosa,
Frei Carlos fosse o mestre de uma oficina que trabalharia em moldes semelhantes
às de outras que funcionavam “à sombra dos mosteiros”.
A
par de Francisco Henriques e do Mestre da Lourinhã, Frei Carlos é considerado
um dos mais importantes pintores flamengos da pintura quinhentista em Portugal.
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