Cidade, óleo sobre platex, 47,5 x 33 cm
Fred
Kradolfer (Zurique, 12 de junho de 1903 — Lisboa, 16 de julho de 1968), foi um
pintor, ilustrador, artista gráfico e decorador de origem suíça.
Figura
chave na introdução das linguagens gráficas modernas em Portugal na década de
1920, Fred Kradolfer é considerado um "protagonista incontornável da
história do design português".
Estudou
Ourivesaria na Zürich Kunstgewerbeschule (Escola de Artes Aplicadas de
Zurique); frequentou depois a Akademie der Bildenden Künste München (Academia
de Belas-Artes de Munique). No período seguinte levou uma vida errante,
habitando em diversas cidades europeias (Roterdão, Bruxelas e Paris), onde
trabalhou na decoração de montras de estabelecimentos comerciais.
Estabeleceu-se em Portugal em 1924, continuando a acompanhar atentamente a
evolução das artes gráficas suiças.
Com
conhecimentos adquiridos fora de Portugal, tornou-se desde cedo numa referência
para todos os que se empenhavam na modernização das linguagens das artes
gráficas. Fred Kradolfer "é um dos plásticos que mais arejaram a atmosfera
artística do nosso país". "Portador de uma diversificada formação
académica, [ele] trouxe os conhecimentos, experiência e exemplos que permitiram
a divulgação da linguagem moderna na comunicação gráfica".
A
sua ação renovadora a nível da publicidade é determinante. "Alternativa
gráfica à exploração do lado narrativo e anedótico da mensagem, opõem-lhe a sua
consciência de síntese, e a própria noção de grafismo que ela contém". Irá
procurar uma maior eficácia da comunicação através da supressão de elementos
secundários ou acessórios, de uma estilização poderosa das imagens e de uma
sugestiva articulação entre a imagem e a palavra.
Artista
multifacetado, dedicou-se ao longo dos anos a diversas atividades artísticas,
das artes gráficas (veja-se, por exemplo, o seu cartaz turístico Portugal -
Praia de Espinho, 1931) ao vitral, à cerâmica, aos anúncios luminosos, sem
esquecer a sua importante ação como decorador. Colaborou nos primeiros ateliers
de design e publicidade desenhando materiais gráficos, montras e stands
(Atelier Arta, de Jorge Barradas; ETP – Estúdio Técnico de Publicidade, de José
Rocha). Como pintor participou em diversas mostras coletivas, nomeadamente em
Salões da Sociedade Nacional de Belas Artes (1932, 1933, 1934, 1935, 1960), no
I Salão de Independentes (SNBA, 1930), na Exposição de Artistas Ilustradores
Modernos, (S.P.N., 1943), na II Exposição de Artes Plásticas da Fundação
Calouste Gulbenkian (Lisboa, 1961), etc.
Trabalhou
como decorador no pavilhão de Portugal na Exposição Internacional e Colonial de
Vincennes, Paris, 1930-31. Entre 1937 e 1939 integrou, juntamente com Bernardo
Marques, Carlos Botelho, Emmerico Nunes, Thomaz de Mello, Paulo Ferreira e José
Rocha, a equipa de decoradores do S.P.N. (Secretariado de Propaganda Nacional)
encarregues da realização dos pavilhões de Portugal nas seguintes exposições
internacionais: Exposição Internacional de Artes e Técnicas, Paris, 1937; Feira
Mundial de Nova Iorque, 1939; Exposição Internacional de S. Francisco, 1939. Em
1940 integrou a equipa de decoradores da Exposição do Mundo Português e, nesse
mesmo ano, foi agraciado com as insígnias de Oficial da Ordem Militar de
Sant'Iago da Espada.
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