domingo, 2 de fevereiro de 2014

Fred Kradolfer


Cidade, óleo sobre platex, 47,5 x 33 cm

Fred Kradolfer (Zurique, 12 de junho de 1903 — Lisboa, 16 de julho de 1968), foi um pintor, ilustrador, artista gráfico e decorador de origem suíça.
Figura chave na introdução das linguagens gráficas modernas em Portugal na década de 1920, Fred Kradolfer é considerado um "protagonista incontornável da história do design português".
Estudou Ourivesaria na Zürich Kunstgewerbeschule (Escola de Artes Aplicadas de Zurique); frequentou depois a Akademie der Bildenden Künste München (Academia de Belas-Artes de Munique). No período seguinte levou uma vida errante, habitando em diversas cidades europeias (Roterdão, Bruxelas e Paris), onde trabalhou na decoração de montras de estabelecimentos comerciais. Estabeleceu-se em Portugal em 1924, continuando a acompanhar atentamente a evolução das artes gráficas suiças.
Com conhecimentos adquiridos fora de Portugal, tornou-se desde cedo numa referência para todos os que se empenhavam na modernização das linguagens das artes gráficas. Fred Kradolfer "é um dos plásticos que mais arejaram a atmosfera artística do nosso país". "Portador de uma diversificada formação académica, [ele] trouxe os conhecimentos, experiência e exemplos que permitiram a divulgação da linguagem moderna na comunicação gráfica".
A sua ação renovadora a nível da publicidade é determinante. "Alternativa gráfica à exploração do lado narrativo e anedótico da mensagem, opõem-lhe a sua consciência de síntese, e a própria noção de grafismo que ela contém". Irá procurar uma maior eficácia da comunicação através da supressão de elementos secundários ou acessórios, de uma estilização poderosa das imagens e de uma sugestiva articulação entre a imagem e a palavra.
Artista multifacetado, dedicou-se ao longo dos anos a diversas atividades artísticas, das artes gráficas (veja-se, por exemplo, o seu cartaz turístico Portugal - Praia de Espinho, 1931) ao vitral, à cerâmica, aos anúncios luminosos, sem esquecer a sua importante ação como decorador. Colaborou nos primeiros ateliers de design e publicidade desenhando materiais gráficos, montras e stands (Atelier Arta, de Jorge Barradas; ETP – Estúdio Técnico de Publicidade, de José Rocha). Como pintor participou em diversas mostras coletivas, nomeadamente em Salões da Sociedade Nacional de Belas Artes (1932, 1933, 1934, 1935, 1960), no I Salão de Independentes (SNBA, 1930), na Exposição de Artistas Ilustradores Modernos, (S.P.N., 1943), na II Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa, 1961), etc.

Trabalhou como decorador no pavilhão de Portugal na Exposição Internacional e Colonial de Vincennes, Paris, 1930-31. Entre 1937 e 1939 integrou, juntamente com Bernardo Marques, Carlos Botelho, Emmerico Nunes, Thomaz de Mello, Paulo Ferreira e José Rocha, a equipa de decoradores do S.P.N. (Secretariado de Propaganda Nacional) encarregues da realização dos pavilhões de Portugal nas seguintes exposições internacionais: Exposição Internacional de Artes e Técnicas, Paris, 1937; Feira Mundial de Nova Iorque, 1939; Exposição Internacional de S. Francisco, 1939. Em 1940 integrou a equipa de decoradores da Exposição do Mundo Português e, nesse mesmo ano, foi agraciado com as insígnias de Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada.

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